quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Código Florestal deve ficar para 2012, diz presidente da Câmara


Segundo Marco Maia, texto é polêmico e há pouco tempo para discuti-lo ainda neste ano



O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse nesta quarta-feira (7) que será muito difícil votar ainda neste ano o projeto do novo Código Florestal, aprovado pelo Senado nesta terça (6).
Segundo ele, há uma grande quantidade de pontos polêmicos no texto e poucas sessões para debatê-los até o início do recesso parlamentar, no dia 23. O Código Florestal precisa voltar à Câmara porque sofreu alterações no Senado.
Maia lembrou, além disso, que a pauta do plenário da Casa está trancada pela urgência do projeto de lei 1992/07, que cria a Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal).
Na semana que vem, o presidente da Câmara pretende colocar em votação o projeto que desvincula o salário dos parlamentares da remuneração dos servidores da Câmara. Ele explicou que, se houver reajuste, a estimativa de impacto é de R$ 200 milhões por ano.
O Código Florestal define regras para o uso do solo brasileiro e procura estabelecer um equilíbrio entre preservação ambiental e produção agropecuária. O tema e polêmico e opõe ambientalistas, ruralistas e cientistas.

Resistência

O projeto aprovado ontem deve enfrentar novas resistências, pois foi mal recebido pela bancada ruralista da Câmara. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais representantes dos produtores na Casa, definiu o texto como “uma homenagem do suicídio do produtor rural”. 
Para ele, as exigências de regularização ambiental, que estão no substitutivo aprovado ontem, custarão muito caro aos produtores rurais.
Caiado disse que o custo não será apenas o do reflorestamento, mas também o da contratação de profissionais que fazem laudo técnico para atestar a regularidade ambiental da propriedade. Além disso, queixou-se do trecho da proposta que impedirá os produtores em situação irregular de conseguir crédito. 
- O texto do Senado é claro. Em dois anos, 5,2 milhões de propriedades terão de estar incluídas no plano de regularização ambiental. Senão, estarão bloqueadas, no final do quinto ano, de qualquer crédito rural.
A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que preside a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), disse que, apesar da resistência de alguns deputados, a maioria dos ruralistas deve votar a favor do projeto.
- Alguns deputados não estão 100% satisfeitos, mas acredito que a maior parte [da bancada ruralista] irá aprovar. 
Em sua opinião, o maior progresso que os produtores rurais vão conseguir é aprovar a reforma do código, que está em debate há 15 anos.
O projeto que reforma Código Florestal poderá ser rejeitado integral ou parcialmente pelos deputados. Ele pode ainda ser acatado totalmente, da forma como foi enviado pelo Senado. 
Depois disso, será enviado para a sanção da presidente Dilma Rousseff. A primeira versão do texto aprovada pela Câmara foi elaborada pelo então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), atual ministro do Esporte.

Fonte: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/codigo-florestal-deve-ficar-para-2012-diz-presidente-da-camara-20111207.html


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