quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Escassez de terra e água cria risco alimentar, diz ONU


Relatório afirma que um quarto das terras aráveis do mundo está altamente degradada

Foto: The New York Times
Grupo de somalis fogem da seca em direção para Dadaab, no Quênia

A rápida expansão populacional, a mudança climática e a degradação dos recursos hídricos e fundiários devem tornar o mundo mais vulnerável à insegurança alimentar, com o risco de não ser possível alimentar toda a população até 2050, disse a FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) nesta segunda-feira.
Nas próximas quatro décadas a população mundial deve saltar de 7 para 9 bilhões de pessoas, e para alimentá-las seria preciso uma produção adicional de 1 bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano.


A introdução da agricultura intensiva nas últimas décadas ajudou a alimentar milhões de famintos, mas muitas vezes levou à degradação da terra e dos produtos hídricos, segundo a FAO.
"Esses sistemas em risco podem simplesmente não ser capazes de contribuir conforme o esperado para atender às demandas humanas até 2050", disse o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. "As consequências em termos de fome e pobreza são inaceitáveis. Ações paliativas precisam ser tomadas agora."

Leia mais:

Segundo o relatório, intitulado Estado dos Recursos Hídricos e Fundiários do Mundo para a Alimentação e a Agricultura, um quarto das terras aráveis do mundo está altamente degradada, 8 por cento está moderadamente degradada e 36 por cento ligeiramente degradada ou estável, e apenas 10 por cento está melhorando.
A escassez de água também vem se agravando, devido a problemas de salinização e poluição dos lençóis freáticos e de degradação de rios, lagos e outros ecossistemas hídricos. O uso da terra para fins industriais e urbanos também agrava o problema alimentar mundial.
De acordo com a FAO, cerca de 1 bilhão de pessoas estão atualmente desnutridas, sendo 578 milhões na Ásia e 239 milhões na África Subsaariana.
Nos países em desenvolvimento, mesmo que a produção agrícola dobre até 2050, 5 por cento da população continuaria desnutrida, ou cerca de 370 milhões. Para que a fome e a insegurança alimentar recuem, a produção de alimentos precisaria crescer num nível superior ao da população. Isso, acrescenta o relatório, teria de ocorrer principalmente nas áreas já utilizadas para a agricultura, com um uso mais intensivo e sustentável da terra e da água.

Organização afirma que 2011 foi o ano de La Niña mais quente


Organização Meteorológica Mundial divulga estudo que mostra que 2011 está entre os dez anos mais quentes já registrados

Foto: Reuters
Subsecretário-geral da OMM, Jeremiah Lengoasa, apresenta dados do relatório durante COP-17, em Durban
A temperatura global em 2011 foi a mais alta da história em anos de la Niña, que geralmente sofrem influência de resfriamento. O ano também está entre os dez com maior temperatura desde que as medições começaram a ser realizadas em 1850. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (29) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), na 17ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP17) na cidade sul-africana de Durban. "Nossos dados científicos são sólidos, demonstram que o mundo está se aquecendo e que este aumento de temperatura é atribuído às atividades humanas", afirmou em comunicado o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.

Por que SP ainda tem 2.627 favelas?

Com a ajuda de especialistas, o Estado listou as ações 

públicas, o que deveria ser feito e os entraves para sanar o 

déficit habitacional



São Paulo, a maior cidade do Hemisfério Sul e a mais rica da América Latina, tem hoje 994.926 famílias vivendo em situação de risco, em áreas precárias ou em terrenos irregulares. É um número absurdo para uma cidade tão rica - são entre 3 e 4 milhões de pessoas, uma população muito maior do que a de Salvador, Belo Horizonte ou Brasília. Isso significa que um terço dos paulistanos tem residência atualmente em favelas, loteamentos irregulares, cortiços, conjuntos irregulares e outros assentamentos que desafiam a política habitacional da capital. 

Os números podem parecer frios, indiferentes, mas, na realidade, acabam movimentando uma teia de inseguranças e muitos problemas. Desde o surgimento dos primeiros barracos, a relação da sociedade com as favelas foi controversa e mal resolvida. 

Nos últimos anos, as ocupações se adensaram, barracos ganharam andares, áreas verdes foram ocupadas, mananciais foram invadidos, e mais pessoas foram empurradas para as submoradias. Para se ter ideia, 60% das favelas ocupam terrenos que seriam destinados a praças e parques públicos.

Ao mesmo tempo, locais antes vulneráveis estão sendo urbanizados, terrenos foram regularizados e outras ações voltadas para a habitação popular mostraram que há soluções possíveis para um problema que se arrasta na capital paulista desde a década de 1940.

Com a ajuda de especialistas, o Estado listou todas as ações da Prefeitura, o que deveria ser feito e os principais entraves. O maior obstáculo, no entanto, é sempre o mesmo - seriam necessários cerca de R$ 58 bilhões ao longo dos próximos 14 anos para zerar o déficit habitacional.


Fonte: http://www.estadao.com.br/especiais/por-que-sp-ainda-tem-2627-favelas,153696.htm

terça-feira, 29 de novembro de 2011

ITERJ abre Concurso em dezembro de 2011

O isntituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ) receberá inscrições a partir de 13 de dezembro de 2011 para o concurso público destinado à contratação de profissionais de níveis Médio, Técnico e Superior. São 104 vagas, e os salários podem chegar à R$ 6.338.69 em jornadas de 40 horas semanais.


(Texto com colaboração da Profª. Maria Luisa Vieira Xavier FAVALE/UEMG)

domingo, 6 de novembro de 2011

Somos uma cultura que não deu certo: o código florestal


por Leonardo Boff
Retirado do blog de Leonardo Boff e03/11/2011
Reepito o que já escrevi aqui: o jornalista e especialista em questões ecológicas, Washington Novaes nos tem alertado, com dados seguros, dos riscos que passamos, caso não tomarmos mais a sério as mudanças que estão ocorrendo no estado do planeta Terra. Tudo isso será agravado,se o atual Código Florestal for aprovado. Parece que o Estado brasileiro não gosta da naturez, nem se preocupa com o futuro da Terra e da humanidade. Veja quanto destina para o Ministério do Meio Ambiente e com ele ao IBAMA? Apenas 0,5% do orçamento.Isso é fazer-nos ridículos face ao mundo e revelar o farisaismo de nossos discursos oficiais sobre preservação ambiental. O artigo de Novaes foi publicado no dia 4/11/2011 no Estado de São Paulo: lB
O CÓDIGO FLORESTAL NO MUNDO DA ESCASSEZ
(Washington Novaes)
Aproxima-se a hora de votações decisivas no Senado do controvertido projeto de lei sobre um novo Código Florestal. E crescem as preocupações, tantos são os pontos problemáticos que vêm sendo apontados por instituições respeitáveis como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Academia Brasileira de Ciência, o Ministério Público Federal, o Instituto de Pesquisas da Amazônia, o Museu da Amazônia, os Comitês de Bacias Hidrográficas e numerosas entidades que trabalham na área, entre elas o Instituto SocioAmbiental e a SOS Mata Atlântica.
Não faltam motivos para preocupações graves. Entre elas: a possibilidade de transferir licenciamentos ambientais para as esferas estadual/municipal, mais suscetíveis a pressões políticas e econômicas; a anistia para ocupações ilegais, até 2008, de áreas de proteção permanente (reconhecidas desde 1998 como crime ambiental); a redução, de 30 para 15 metros, das áreas obrigatórias de preservação às margens de rios com até 10 metros de largura ( a proposta atinge mais de 50% da malha hídrica, segundo a SBPC); a isenção da obrigação de recompor a reserva legal desmatada em todas as propriedades com até 4 módulos fiscais (estas são cerca de 4,8 milhões num total de 5,2 milhões; em alguns lugares o módulo pode chegar a 400 hectares); a possibilidade de recompor com espécies exóticas e não do próprio bioma desmatado; nova definição para “topo de morro” que pode reduzir em 90% o que é considerado área de preservação permanente.
São apenas alguns exemplos. Há muitos. Para que se tenha idéia da abrangência dos problemas: o prof. Ennio Candotti (ex-presidente da SBPC), o Museu da Amazônia e outros cientistas lembram que naquele bioma há uma grande variedade de áreas úmidas, áreas alagadas, de diferentes qualidades (pretas, claras, brancas), baixios ao longo de igarapés, áreas úmidas de estuários etc.; cerca de 30% da Amazônia pode ser incluído entre as áreas úmidas e cada tipo exige uma regulamentação específica, não a regra proposta no projeto. No Pantanal, são 160 mil quilômetros quadrados.
Mas não bastassem todas essas questões, recentes portarias ministeriais (ESTADO, 29!10) e do Ministério do Meio Ambiente mudaram – para facilitar – os procedimentos obrigatórios para licenciamento de obras de infra-estrutura e logística, com o argumento de que há 55 mil quilômetros de rodovias, 35 portos e 12 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia sem licenciamento – como se o problema estivesse nos órgãos ambientais, e não nos empreendedores/construtores.
E tudo isso acontece no momento em que as últimas estatísticas dizem que o desmatamento na Amazônia permanece em níveis inaceitáveis: em sete meses deste ano foram mais de 1.800 quilômetros quadrados, número quase idêntico ao de igual período do ano passado (Folha de S. Paulo, 1/11). E no momento em que se reduz a área de vários parques nacionais na Amazônia para facilitar a implantação de hidrelétricas questionáveis. Esquecendo a advertência do consagrado biólogo Thomas Lovejoy: o desmatamento no bioma já chegou a 18%; se for a 20%, poderá atingir o “turning point” irreversível, com conseqüências muito graves na temperatura e nos recursos hídricos, ali e estendidas para quase todo o país. É uma advertência reforçada por estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e Escritório Meteorológico do Hadley Centre, da Grã-Bretanha. Já o prof. Gerd Sparoveck, da USP (ESTADO, 26/10) adverte: o passivo com o desmatamento no país já é de 870 mil quilômetros quadrados.
E ainda se pode perguntar: mesmo admitindo a hipótese otimista de o Congresso rejeitar todas as mudanças indesejáveis – hipótese difícil, dado o desejo de grande parte dos congressistas de “agradar” o eleitorado ruralista e parte do amazônico (que vê no desmatamento oportunidade de empregos e renda) -, mudará o quadro, lembrando que o Ministério do Meio Ambiente (e, por decorrência, o Ibama) tem apenas cerca de meio por cento do orçamento da União ? Não esquecendo que o Ibama só tem conseguido receber cerca de um por cento das multas que aplica a desmatadores ?
Estamos numa encruzilhada histórica, reforçada pelo fato de a população do planeta haver chegado a 7 bilhões de pessoas e caminhar para pelo menos 9 bilhões neste século – o que exigirá o aumento da oferta de alimentos em 70%, quando o desperdício, hoje, nos países industrializados, chega a um terço dos produtos disponibilizados; quando nas discussões do ano passado na Convenção da Diversidade Biológica se demonstrou que o mundo perde entre US$2,5 trilhões e US$4,5 trilhões anuais com a “destruição de ecossistemas vitais”; quando a “pegada ecológica” da humanidade, medida pela ONU, indica que estamos consumindo mais de 30% além do que a biosfera planetária pode repor.
Nessa hora, em que o até ex-ministro Delfim Netto, que admite nunca haver se preocupado antes com a questão, manifesta (no livro O que os economistas pensam da sustentabilidade, de Ricardo Arnt) seu desassossego com a escassez de recursos naturais no mundo e a possibilidade de esgotamento, é preciso mudar nossas visões. Admitir que tudo terá de mudar – matrizes energética, de transportes, de construção, de urbanização, nível de uso de terra, água, minérios, tudo. Relembrar o que diz há décadas o PNUD: se todas as pessoas tiverem o nível de consumo do mundo industrializado, precisaremos de mais dois ou três planetas para supri-lo. A atual crise econômico-financeira está mostrando o quanto nos descolamos da realidade, com um giro financeiro anual (em torno de US$600 trilhões) dez vezes maior que todo o produto bruto no mundo no mesmo espaço de tempo (pouco mais de US$60 trilhões).
Se não nos dermos conta dessa insustentabilidade, razão terá o índio Marcos Terena, quando diz que “vocês (não-índios) são uma cultura que não deu certo”.

Desigualdades entre municípios diminuem em 2009



Barueri, em São Paulo, lidera ranking de desenvolvimento municipal brasileiro

Agência Brasil | 05/11/2011 22:03

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado neste sábado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio, mostra que as desigualdades no País foram reduzidas. De acordo com o estudo, 69,1% dos 5.565 municípios brasileiros apresentaram crescimento em seus índices em 2009.

A gente percebe uma clara redução de desigualdades entre os municípios brasileiros e, com isso, uma migração das faixas de desenvolvimento consideradas baixa e regular para faixas de desenvolvimento, principalmente moderado”, disse à Agência Brasil o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.

Leia também: Brasil avança no ranking do IDH, mas alta desigualdade persiste

Em termos de alto desenvolvimento, entretanto, a percepção é que o desafio continua existindo no Brasil. Apenas 235 municípios obtiveram alto desenvolvimento pelo IFDM. Na comparação com 2008, quando foram registradas 269 localidades com alto desenvolvimento, houve recuo de 0,6%. No ano anterior, os municípios nesse patamar eram 225.

A redução, relativa a 2008, reflete os impactos negativos da crise econômica internacional de 2009. “Esses foram os principais motivadores do recuo do IFDM em 2009. A vertente emprego e renda recuou 5,2% e a gente percebe que esse movimento se concentrou, principalmente, nas grandes cidades. Ou seja, o movimento foi mais intenso do que abrangente”. Nos 50 maiores mercados de trabalho do país, onde estão mais da metade da mão de obra nacional, 37 deles recuaram na vertente emprego e renda.

Sudeste na frente

Os maiores desenvolvimentos estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul. “A gente percebe a disparidade ainda, em termos de desenvolvimento no Brasil, quando olha o topo do ranking. Entre os 500 maiores IFDM, 91,2% estão no Sul/Sudeste. Entre os 500 menores, 95% são das regiões Norte e Nordeste”, disse o economista.
O Estado de São Paulo continuou liderando em 2009 o ranking dos municípios de maior desenvolvimento do Brasil. A primeira colocação foi alcançada por Barueri, que se mantém entre as dez cidades de alto desenvolvimento desde a primeira edição do IFDM, em 2008. Entre os 15 melhores municípios do Brasil em termos de desenvolvimento, apenas um – Lucas do Rio Verde (MT) - não é paulista.
Isso está atrelado, segundo Mercês, à questão de emprego e renda e também à saúde e à educação. “As disparidades ainda continuam entre o Norte/Nordeste do país e o Sul/Sudeste. Agora, o Centro-Oeste se transformou muito nos últimos anos”. Em 2009, mais de 80% dos municípios do Centro-Oeste obtiveram classificações de desenvolvimento moderado ou alto. Esse foi o mesmo percentual registrado para a Região Sudeste.
O Maranhão, por meio do município de São Felix das Balsas, teve a pior posição no ranking geral de desenvolvimento. O IFDM de 2009 mostra ainda que, pela primeira vez, outras capitais, além de São Paulo, Vitória e Curitiba, entraram no rol das 100 melhores cidades do país. Elas são Florianópolis, Campo Grande, Belo Horizonte, Palmas, Rio de Janeiro e Goiânia.

Mercês destacou que Palmas, capital do Tocantins, foi o primeiro e único município da Região Norte que chegou aos 100 melhores do Brasil, “por conta, principalmente, de incrementos na área de emprego e renda. No ambiente de crise, conseguiu se destacar”.
Na análise dos últimos dez anos, o estudo da Firjan mostra que 90% dos municípios apresentaram crescimento, enquanto caiu de 18,2% para 0,4% o total de cidades com índices de baixo desenvolvimento, embora 22 municípios das regiões Norte e Nordeste ainda permaneçam nessa situação. “O desenvolvimento no Brasil tem sido bastante abrangente. Isso fica claro quando a gente olha um período de tempo mais longo. Mas, mesmo assim, a gente ainda percebe um Brasil bastante dividido”.

Para Guilherme Mercês, embora 62,9% das cidades brasileiras tenham registrado desenvolvimento moderado e alto em 2009, persistem desafios para eliminar as disparidades e alcançar um patamar em que os municípios brasileiros consigam fornecer saúde e educação básica de qualidade e um mercado formal de trabalho gerador de emprego e renda.

“A média dos 100 melhores IFDMs é mais que o dobro da média dos 100 piores resultados do Brasil. Isso quer dizer que, mantido o ritmo de desenvolvimento dos últimos anos, ou seja, desde 2005, o Brasil só alcançará padrões de alto desenvolvimento para todos os seus municípios no fim da década de 2030. Ou seja, temos quase 30 anos pela frente para que o país chegue ao tão almejado status de alto desenvolvimento”, avaliou.

Segundo Mercês, as regiões Norte e Nordeste têm avançado em termos de desenvolvimento, embora na segunda região o avanço se dê de forma mais acelerada. Considerando a situação atual, verifica-se que o Nordeste está cerca de dez anos atrasado em relação ao Sudeste, enquanto no Norte o atraso chega a quase 20 anos.

sábado, 5 de novembro de 2011

Divulgação VEST-FAVALE/UEMG 2012






Os alunos Adalto Alarcon, Deyvison Deboçan, Filipe Zaniratti, Hudson Giovanni e Hugo Belchior da Turma GAIA – 2ºP. Geografia da FAVALE/UEMG foram nesta sexta-feira (04/11/2011) na E.E.E.F.M. “Pedro de Alcântara Galvêas”, em Dores do Rio Preto, Caparaó Capixaba para divulgarem o Vestibular FAVALE/UEMG 2012.


Os alunos expuseram aos alunos do Curso Técnico em Meio Ambiente e aos Terceiroanistas do Ensino médio os cursos oferecidos pela instituição e o programa de bolsas do PROUEMG.



Os graduandos estarão voltando dia 18 de novembro para efetuar as inscrições.
Os alunos ainda estarão visitando a Escola Estadual Altivo Leopoldino de Souza em Espera Feliz/MG e a Escola Estadual Prefeito Jayme Toledo em Caiana/MG.

ONG ambiental WWF comemora 50 anos



Conhecida por várias gerações pela sua sigla WWF e seu símbolo, o urso panda, a ONG comemora meio século de existência durante o qual foi uma das vozes líderes em defesa da preservação do meio ambiente.
"Várias gerações no mundo todo cresceram com a WWF, milhares de pessoas aderiram à nossa causa, conscientizadas da importância de preservar os recursos naturais", disse o diretor-geral da WWF Internacional, Jim Leape, na sede central da organização em Gland, na Suíça.
Questionado sobre qual seria a maior conquista da WWF nestes 50 anos, Leape escolhe a introdução do conceito de "desenvolvimento sustentável", em 1972, junto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A existência desse conceito seria impensável sem a experiência de uma década de conscientização social que a WWF já acumulava.
Isto pode parecer uma conquista menor se comparada com a sobrevivência do urso panda ou com a campanha de 2010 para salvar o tigre asiático, que contou pela primeira vez com o compromisso de governos de todos os países que abrigam esta espécie, como China, Índia e Indonésia.
No entanto, para Leape, a introdução do conceito de desenvolvimento sustentável na agenda pública representa um "ponto de inflexão" na maneira de abordar a conservação do meio ambiente, porque muita gente entendeu que o ritmo de crescimento voraz que marcou o século passado era "pão para hoje, mas fome para amanhã".
"Acho que podemos sentir orgulho de termos contribuído para criar uma consciência coletiva de que a proteção do meio ambiente requer um debate público sobre o desenvolvimento sustentável", afirmou Leape, que está há mais de 15 anos na WWF, seis deles no comando da entidade.
Apesar de todo o avanço no árduo caminho para salvar o planeta, a WWF sustenta que não chegou nem à metade do percurso, pois para suprir as atuais necessidades energéticas e de consumo do mundo seria necessário mais meio planeta.
"Usamos ao ano 50% a mais dos recursos que o planeta pode fornecer de maneira segura para garantir sua regeneração", denunciou o americano, de 55 anos. Ou seja, ainda estamos muito longe de alcançar a meta do "desenvolvimento sustentável".
Um dos efeitos mais nocivos do processo excessivo e voraz de crescimento do último século foi uma perda sem precedentes do número de espécies e de biodiversidade, que caiu em 30% desde 1970.
Mas nem tudo são más notícias no tema da conservação. Nestes últimos meses foi descoberta uma nova espécie de primatas no Brasil e, segundo um estudo recente da WWF, 90% do total de espécies que vivem no planeta - cerca de 8,7 milhões - ainda são desconhecidas.
"É um dado assombroso e encorajador, mas a contrapartida é que o número de espécies que já desapareceram pela ação do homem e que nem sequer chegamos a conhecer é provavelmente maior", lamentou.
O passo fundamental para conseguir um mundo melhor, que atinja esse estágio ideal de desenvolvimento sustentável, que preservaria a riqueza e biodiversidade do planeta e garantiria sua regeneração natural seria, segundo Leape, a conversão para um mundo alimentado exclusivamente por energias limpas e renováveis.
"Não só é possível, mas é algo absolutamente urgente e imperativo", explicou Leape, que chama de "dementes e cegos" os que ainda negam a mudança climática.
No entanto, o diretor da WWF - organização que emprega mais de 5 mil pessoas no mundo todo - é realista, e admite que os interesses das grandes companhias energéticas, especialmente as petrolíferas, são um grande empecilho para a "reconversão verde" do planeta.
Após analisar tudo o que foi consquistado até o momento e à luz dos desafios que o planeta ainda enfrenta, Leape afirmou que nos próximos 50 anos a WWF vai ter que trabalhar mais duro do que nos seus primeiros 50 anos de existência como "catalisador da mudança".
"É uma ironia cruel que na comemoração do nosso aniversário, quando vemos tudo o que conseguimos juntos, termos que pensar ainda que precisemos fazer muito mais", afirmou.
As emissões de carbono, a escassez de água, a poluição dos oceanos, o aquecimento global, a superexploração da pesca e a perda de biodiversidade são os problemas ambientais mais urgentes.
Para o principal dirigente da WWF, estes são os indicadores do "desprezo com o qual o homem, em sua vida urbana e moderna, continua tratando a natureza".

Cientistas medem velocidade da mudança climática


Um grupo de cientistas internacionais mediu em 37 quilômetros por década no Hemisfério Norte e 17 no Sul o deslocamento médio dos regimes térmicos a latitudes mais altas em decorrência da mudança climática.
A análise, publicada na revista "Science", quantifica de forma global a velocidade da mudança climática e estabelece o avanço dos regimes térmicos em uma velocidade média de 27 quilômetros por década.
O pesquisador Carlos Duarte, do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha, um dos integrantes do estudo, explicou nesta quinta-feira que a análise fixa a velocidade das "variações na distribuição de espécies" devidas à mudança climática.
"Conhecer a velocidade da mudança climática e não a taxa de aumento da temperatura é o relevante para prever as mudanças na biodiversidade", destacou Duarte. Na opinião do especialista, esta é a conclusão mais relevante do estudo.
Entre as mudanças descobertas, os cientistas cronometraram a precocidade da primavera, cujo "sinal térmico" se adianta entre um e dois dias a cada dez anos.
Da mesma forma que no Hemisfério Norte a mudança climática desloca os regimes climáticos e suas espécies rumo a latitudes mais setentrionais, o mesmo fenômeno ocorre no Hemisfério Sul, distanciando-se da linha do equador rumo ao Polo Sul, mas a uma velocidade menor, de 17 quilômetros por década.
Após o deslocamento dos regimes climáticos já existentes rumo ao norte e ao sul, Duarte destaca o surgimento de outros novos, mais calorosos, no paralelo 0 (equador), onde não se sabe se "os organismos podem tolerá-los".
Conforme se analisou no período de estudo, de 50 anos, os ecossistemas terrestres se aqueceram o triplo que os marítimos, obrigando as espécies a alterar seu ciclo reprodutivo ou a se deslocar para sobreviver.
"Quando a velocidade da mudança climática supera a velocidade de dispersão dos organismos, ou quando existem barreiras que impeçam essa dispersão, as espécies só podem se adaptar ou se extinguir", explica Duarte em comunicado.
O artigo equipara a gravidade do impacto do aquecimento global sobre a biodiversidade marinha e terrestre em latitudes similares.
A falta de continuidade dos oceanos impede que as espécies possam migrar rumo ao norte, como é o caso do Mar Mediterrâneo, fechado pela placa euroasiática, explica a pesquisadora Johanna Holding, do Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados, indica o CSIC em nota.
No caso do Ártico, "as espécies não têm lugares mais frios para onde migrar", assinala a coautora do estudo. Quando as espécies do Ártico percebem que não existem lugares mais frios para onde ir, o velocímetro da mudança climática no equador se acelera até superar os 200 quilômetros por década.
As conclusões da análise ressaltam que as zonas de maior biodiversidade são também as mais afetadas.