Barueri,
em São Paulo ,
lidera ranking de desenvolvimento municipal brasileiro
Agência Brasil | 05/11/2011
22:03
O Índice Firjan de Desenvolvimento
Municipal (IFDM), divulgado neste sábado pela Federação das Indústrias do
Estado do Rio, mostra que as desigualdades no País foram reduzidas. De acordo
com o estudo, 69,1% dos 5.565 municípios brasileiros apresentaram crescimento
em seus índices em 2009.
“A gente percebe uma clara redução de desigualdades entre os municípios brasileiros e, com isso, uma migração das faixas de desenvolvimento consideradas baixa e regular para faixas de desenvolvimento, principalmente moderado”, disse à Agência Brasil o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.
Leia também: Brasil avança no ranking do IDH, mas alta desigualdade persiste
Em termos de alto desenvolvimento, entretanto, a percepção é que o desafio continua existindo no Brasil. Apenas 235 municípios obtiveram alto desenvolvimento pelo IFDM. Na comparação com 2008, quando foram registradas 269 localidades com alto desenvolvimento, houve recuo de 0,6%. No ano anterior, os municípios nesse patamar eram 225.
A redução, relativa a 2008, reflete os impactos negativos da crise econômica internacional de 2009. “Esses foram os principais motivadores do recuo do IFDM em
Sudeste na frente
Os maiores desenvolvimentos estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul. “A gente percebe a disparidade ainda, em termos de desenvolvimento no Brasil, quando olha o topo do ranking. Entre os 500 maiores IFDM, 91,2% estão no Sul/Sudeste. Entre os 500 menores, 95% são das regiões Norte e Nordeste”, disse o economista.
O Estado de
São Paulo continuou liderando em 2009 o ranking dos municípios de maior
desenvolvimento do Brasil. A primeira colocação foi alcançada por Barueri, que
se mantém entre as dez cidades de alto desenvolvimento desde a primeira edição
do IFDM, em 2008. Entre os 15 melhores municípios do Brasil em termos de
desenvolvimento, apenas um – Lucas do Rio Verde (MT) - não é paulista.
Isso está
atrelado, segundo Mercês, à questão de emprego e renda e também à saúde e à
educação. “As disparidades ainda continuam entre o Norte/Nordeste do país e o
Sul/Sudeste. Agora, o Centro-Oeste se transformou muito nos últimos anos”. Em
2009, mais de 80% dos municípios do Centro-Oeste obtiveram classificações de desenvolvimento
moderado ou alto. Esse foi o mesmo percentual registrado para a Região Sudeste.
O Maranhão, por meio do município de São
Felix das Balsas, teve a pior posição no ranking geral de desenvolvimento. O
IFDM de 2009 mostra ainda que, pela primeira vez, outras capitais, além de São
Paulo, Vitória e Curitiba, entraram no rol das 100 melhores cidades do país.
Elas são Florianópolis, Campo Grande, Belo Horizonte, Palmas, Rio de Janeiro e
Goiânia.
Mercês destacou que Palmas, capital do Tocantins, foi o primeiro e único município da Região Norte que chegou aos 100 melhores do Brasil, “por conta, principalmente, de incrementos na área de emprego e renda. No ambiente de crise, conseguiu se destacar”.
Na análise dos últimos dez anos, o estudo
da Firjan mostra que 90% dos municípios apresentaram crescimento, enquanto caiu
de 18,2% para 0,4% o total de cidades com índices de baixo desenvolvimento,
embora 22 municípios das regiões Norte e Nordeste ainda permaneçam nessa
situação. “O desenvolvimento no Brasil tem sido bastante abrangente. Isso fica
claro quando a gente olha um período de tempo mais longo. Mas, mesmo assim, a
gente ainda percebe um Brasil bastante dividido”.
Para Guilherme Mercês, embora 62,9% das cidades brasileiras tenham registrado desenvolvimento moderado e alto em 2009, persistem desafios para eliminar as disparidades e alcançar um patamar em que os municípios brasileiros consigam fornecer saúde e educação básica de qualidade e um mercado formal de trabalho gerador de emprego e renda.
“A média dos 100 melhores IFDMs é mais que o dobro da média dos 100 piores resultados do Brasil. Isso quer dizer que, mantido o ritmo de desenvolvimento dos últimos anos, ou seja, desde 2005, o Brasil só alcançará padrões de alto desenvolvimento para todos os seus municípios no fim da década de 2030. Ou seja, temos quase 30 anos pela frente para que o país chegue ao tão almejado status de alto desenvolvimento”, avaliou.
Segundo Mercês, as regiões Norte e Nordeste têm avançado em termos de desenvolvimento, embora na segunda região o avanço se dê de forma mais acelerada. Considerando a situação atual, verifica-se que o Nordeste está cerca de dez anos atrasado em relação ao Sudeste, enquanto no Norte o atraso chega a quase 20 anos.
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